Doença erradicada no Brasil desde 2016, segundo a OMS, o sarampo volta a causar surtos no nosso país. Segundo o registro do Ministério da Saúde, até o início de Julho, foram registrados casos na cidade do Rio de Janeiro (1 caso confirmado e 8 casos suspeitos), Rio Grande do Sul e, principalmente, em Roraima e Amazonas, onde foram confirmados mais de 200 casos e decretada situação de emergência em Manaus.

Doença viral altamente transmissível e grave, pode evoluir para óbito e sequelas, especialmente em crianças pequenas e pessoas imunossuprimidas. A transmissão ocorre através de gotículas com partículas virais no ar, principalmente em ambientes fechados. Isso acontece dos 5 dias antes até os 5 dias após o surgimento da erupção cutânea.

Não há tratamento específico para a doença. A prevenção ocorre somente através vacinação tríplice ou quádrupla viral (que protege contra sarampo, caxumba e rubéola + varicela na quádrupla). Essa é uma vacina de vírus VIVO atenuado, estando CONTRAINDICADA a aplicação em pessoas imunossuprimidas, como pacientes com doenças reumatológicas em uso de imunossupressores.

Em algumas situações de menor imunossupressão, a vacina pode ser liberada, porém somente o médico que acompanha o paciente pode autorizar. A vacinação de pessoas que convivem com esses pacientes é permitida e deve ser realizada, pois o vírus não é transmitido através da vacina e proteger os contactantes do indivíduo gera proteção adicional ao paciente.

O esquema vacinal recomendado pelo Ministério da Sáude atualmente no Brasil é o seguinte:

– No Programa Nacional de Imunizações (PNI), a vacinação infantil é feita através da tetraviral, aplicada aos 12 meses de idade e aos 15 meses associada à vacina contra varicela (quádrupla viral);

– Duas doses da tríplice viral com intervalo mínimo de 30 dias entre elas em crianças maiores, adolescentes e adultos que não foram vacinados. É fornecida gratuitamente nos postos de saúde 2 doses a pacientes até 29 anos e uma dose aos pacientes de 30-49 anos.

 

Existem ainda recomendações a serem seguidas pós-exposição, ou seja, quando há contato com alguém que esteja com sarampo, o paciente deve procurar imediatamente o seu médico ou um serviço de saúde para receber a vacinação de bloqueio em até 72 horas do início dos sintomas ou, no caso de pacientes imunossuprimidos, a gamaglobulina intramuscular. Essa possui os anticorpos prontos para prevenir o desenvolvimento da doença e pode ser administrada até os primeiros seis dias de contato com o vírus.

Texto baseado na Nota Técnica emitida pela Sociedade Brasileira de Reumatologia em julho/2018 e no alerta epidemiológico da Secretaria de Saúde do Estado de Goiás. Esse texto é meramente informativo e não substitui a consulta médica.

Dra. Marcella Andrade

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