A Febre Chikungunya é uma doença viral transmitida primordialmente através da picada da fêmea dos mosquitos Aedes agypti e Aedes albopictus. Desde que os primeiros casos de transmissão no Brasil foram confirmados em setembro de 2014, o nosso país tem passado por um grande problema de saúde pública.

Os sintomas típicos da fase aguda da doença são semelhantes aos da dengue: febre, dor muscular e articular, manchas vermelhas pelo corpo, prostração, dor de cabeça, náusea. Apesar de não ter alta mortalidade, a Chikungunya pode causar dor articular persistente na fase subaguda (15 dias a 3 meses após o início da doença) e crônica (acima de 3 meses), gerando incapacidade funcional, com perda da qualidade de vida e produtividade. Inclusive, esse nome diferente da doença é originário de um dialeto da Tanzânia/Moçambique (onde o vírus foi isolado em cerca de 1952), que descreve a aparência encurvada dos pacientes que contraem a doença.

Ainda não é possível determinar quais pacientes evoluirão para um quadro autolimitado e os que irão perpetuar dor até a fase subaguda/crônica. Porém, alguns fatores de risco para a cronificação da doença já são estabelecidos: sexo feminino, idade maior que 40 anos, sintomas intensos durante a fase aguda, diabetes, doença articular já conhecida previamente à infecção e alguns fatores laboratoriais.

O paciente na fase subaguda ou crônica da doença ainda pode se queixar de outras manifestações associadas à dor, como inapetência, sono não reparador, comprometimento laboral e das atividades diárias, incontinência urinária, alterações de humor e depressão. Em pacientes com artrite reumatoide, lúpus e espondiloartrite, pode haver exacerbação da doença de base (a doença pode entrar em atividade).

O tratamento e manejo da doença baseiam-se em algumas publicações científicas internacionais, como o consenso francês de 2015 e, mais recentemente (2017), no primeiro consenso brasileiro elaborado pela Sociedade Brasileira de Reumatologia (SBR) sobre o assunto. Esse foi construído através da revisão de artigos existentes sobre o tema e baseado na experiência que os especialistas brasileiros adquiriram durante a epidemia.

Segundo a SBR, os casos que evoluem para dor musculoesquelética além dos primeiros 14 dias de doença (fase subaguda e crônica) devem sempre ser avaliados por um reumatologista. Procure acompanhamento com o especialista para evitar o uso inadequado de medicações e interromper a dor precocemente.

 

Este texto é meramente informativo e não substitui a consulta médica.

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